A perspectiva positiva que tenho da vida é amar-me indefinidamente. Amar o que sou: ''Humana e efêmera". Amar o meu acima dos meus . Amar o próximo como amei o anterior , e amar-me como nunca amei e nem quis amar a nada que venha de outro espelho. Eu me basto por ser toda minha e concedo vagas a outras possíveis formas de amor, desde que seja eu o objeto de desejo, o alvo e responsável por tua evocação de eterno amor mentido. Amor eterno jamais é amor verdadeiro , amor tem que ser inteiro, tem que ser fragmentado um pouco a cada dia. Amor é caro alimento preparado na hora e consumido no ato. Jamais se põe no forno o amor que está no prato. Jamais requentar o amor do dia a noite, mesmo que fria...
Nem o abandono merece o amor morno, com gosto de passado, meu amor próprio se faz a cada respirar , a cada pulsar , a cada milésimo de segundo em que vivo e agradeço a existência das palavras que transbordam de mim...
Meu amor-poeta.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Rotação
Meus amores
estão à deriva
Em um mar
de esquecimento
E cada
esquecimento
É uma
lembrança que mergulha
E sem
encontrar o caminho do cais
Fica esquecida
À deriva
À mercê de
um descuido da memoria
Por isso
que estou sempre alerta,
Portas fechadas,
farol apagado,
Canoa ancorada.
Não quero
amores novos
Sei que
todo novo terá o seu dia
De ser
esquecido.
Meu mar de
esquecimento
Está a
ponto de secar
Seremos eu
e ele
Um nada no
sistema solar.
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