segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ego-amor

A perspectiva positiva que tenho da vida é amar-me indefinidamente. Amar o que sou: ''Humana e efêmera". Amar o meu acima dos meus . Amar o próximo como amei o anterior , e amar-me como nunca amei e nem quis amar a nada que venha de outro espelho. Eu me basto por ser toda minha e concedo vagas a outras possíveis formas de amor, desde que seja eu o objeto de desejo, o alvo e responsável por tua evocação de eterno amor mentido. Amor eterno jamais é amor verdadeiro , amor tem que ser inteiro, tem que ser fragmentado um pouco a cada dia. Amor é caro alimento preparado na hora e consumido no ato. Jamais se põe no forno o amor que está no prato. Jamais requentar o amor do dia a noite, mesmo que fria...
Nem o abandono merece o amor morno, com gosto de passado, meu amor próprio se faz a cada respirar , a cada pulsar , a cada milésimo de segundo em que vivo e agradeço a existência das palavras que transbordam de mim...
Meu amor-poeta.

Rotação

Meus amores estão à deriva
Em um mar de esquecimento
E cada esquecimento
É uma lembrança que mergulha
E sem encontrar o caminho do cais
Fica esquecida
À deriva
À mercê de um descuido da memoria

Por isso que estou sempre alerta,
Portas fechadas, farol apagado,
Canoa ancorada.

Não quero amores novos
Sei que todo novo terá o seu dia
De ser esquecido.

Meu mar de esquecimento
Está a ponto de secar
Seremos eu e ele

Um nada no sistema solar.